A África Subsaariana é a região do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara. Não é uma divisão política, mas apenas um termo usado como referência aos países que possuem maior parte da população negra neste continente. No passado, era muito usado o termo “África Negra” para esta região, em oposição a “África Branca”, composta pelos países ao norte do Deserto do Saara. Porém, estes termos estão caindo em desuso  África subsariana (português europeu) ou subsaariana (português brasileiro) corresponde à parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara - ou seja, a todo o continente, exceto a região do Norte da Africa.

Essa região é conhecida por ser o “berço da humanidade”, ao passo em que também é considerada como “a última fronteira do capitalismo”. O uso da primeira expressão ocorre porque muitos pesquisadores acreditam que tenha sido nessa região a constituição dos primeiros seres da espécie humana. O uso do segundo termo se deve por se considerar que esse tenha sido o último território colonizado pelo mundo capitalista.
Em face do processo de exploração colonial, a maior parte dos Estados formados nesse continente conta com uma variedade muito grande de etnias em um mesmo território. Dessa forma, observa-se a existência de Estados com várias nações e várias nações sem Estado. Com isso, ocorrem muitas guerrilhas internas e localizadas em busca pelo poder, o que prejudica muito a economia e as condições de vida nesses países.
Outro problema grave presente nessa região é a dependência econômica. Oficialmente, o colonialismo não existe mais no continente africano, mas na prática ele está mais do que presente. A dependência econômica é elevada e o índice de exploração dos recursos naturais e da mão de obra por empresas estrangeiras é significativo. A economia é bastante dependente da produção e exportação de bens primários (produtos agropecuários e extrativismos mineral e vegetal), onde se emprega a maior parte da população.
Como resultado desse cenário, registram-se na África Subsaariana os maiores índices de pobreza e fome no mundo, além das maiores concentrações de favelas. A isso, somam-se os piores resultados em estatísticas como taxas de mortalidade e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).


Principais características dos países da África Subsaariana:

- Maioria da população composta por negros;

- A maior parte dos países possui economia subdesenvolvida;

- Presença de conflitos políticos, principalmente de caráter étnico.

- Existência de diversos problemas como, por exemplo, pobreza, elevados índices de analfabetismo, sistema de saúde público precário, proliferação de doenças, falta de água e sistema de saneamento básico inexistente ou ineficiente;

- Existência, em alguns países, de governos autoritários e corruptos. Infelizmente, estas características acabam dificultando a resolução dos graves problemas sociais e econômicos enfrentados pela sofrida população destes países;

- A maior parte destes países ainda sofre as consequências das injustiças do neocolonialismo e imperialismo europeus da segunda metade do século XIX;

- Grande diversidade étnica, cultural, linguística e religiosa.

* Vale ressaltar que os problemas citados acima fazem parte da maioria destes países, mas não de todos. Existem países, como a África do Sul por exemplo, que estão num patamar de desenvolvimento bem acima dos outros, apresentando melhores condições sociais e econômicas.

Outros dados e informações geográficas:

- População: 500 milhões de habitantes (estimativa 2011)

- Ponto mais elevado: monte Kilimanjaro com 5.895 metros.

- Principais rios: Congo, Nilo, Limpopo, Zambeze, Níger e Senegal.

- Clima: Equatorial (principalmente na região central da África) e Tropical nas outras regiões.

- Vegetação: florestas equatoriais na região central e centro-oeste; florestas tropicais (ao sul da vegetação equatorial); savanas (ao sul das florestas tropicais); vegetação mediterrânea (litoral sul da África do Sul).

- Fauna (exemplos de algumas espécies animais): elefante, leão, gazela, gorila, zebra, rinoceronte, hiena, girafa, leopardo, chipanzé e hipopótamo.


Países da África Subsaariana

Essa região é composta por 47 países, a saber: África do Sul, Angola, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Camarões, Cabo Verde, Chade, Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Guiné Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Ilhas Comores, Lesoto, Libéria, Madagascar, Malauí, Mali, Mauritânia, Maurício, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, Ruanda, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Seychelles, Serra Leoa, Somália, Sudão, Suazilândia, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.

Doenças da região



*Doença do Sono : A doença do sono ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países da África subsaariana. Menos de quatro milhões destas pessoas têm acesso a um centro de saúde.
Na Republica dos camarões , nos anos 20, um médico chamado Jamot implementou uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias para diagnosticar e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot obteve sucesso no bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a reserva humana de tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis desestruturaram sistemas de saúde e forçaram pessoas a migrar, permitindo que tais reservas fossem reconstruídas.
*Malária: A malária está presente em mais de 100 países e ameaça 40% da população mundial. A cada ano, 500 milhões de pessoas são infectadas, a maioria delas na África subsaariana (Estima-se que 90% dos casos mundiais e 90% de toda a mortalidade por malária ocorram na África subsaariana. A doença também ocorre nas Américas Central e do Sul, sobretudo na região amazônica, e em países da Ásia), e 2 milhões de pessoas morrem dessa doença. As vítimas são principalmente crianças de áreas rurais. A malária é a primeira causa de morte de crianças menores de 5 anos na África, e mata uma criança a cada 30 segundos no mundo.
*AIDS: Desde que os primeiros casos da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS ou SIDA) foram detectados, em 1981, a África é o continente que mais sofre com a doença, especialmente a região subsaariana, segundo o último relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas contra esta doença (Unaids) em maio de 2006.
Embora os dados sobre a incidência do vírus estejam sofrendo uma "desaceleração", segundo o relatório, as proporções epidêmicas ainda são graves na África subsaariana. As taxas de infecção per capita de alguns países da região continuam subindo. Com pouco mais de 10% da população mundial, a África subsaariana abriga cerca de 24,5 milhões de infectados, quase dois terços dos portadores de HIV em todo o mundo. Cerca de três quartos dos 25 milhões de pessoas que morreram em decorrência do HIV desde o início da epidemia, nos anos 80, eram do continente africano.







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